Friday, April 18, 2008

Nem sei mais porque me surpreendo, se isso acontece todos os dias e todas as noites. Depois de algum tempo da até para reconhecer os calibres, os diferentes tipos de armas. O tipo de conhecimento que é totalmente dispensável na maioria das cidades do mundo.
Ao que parece, também o governo não se interessa tanto já que o mesmo ocorre todos os dias e somente após alguém ser baleado na rua enquanto compra material escolar ou faz compras na padaria alguma atitude, mesmo que apenas pirotécnica, é tomada.
Soldados nas ruas exigindo dos trabalhadores documentos e explicações quanto a de onde vêm e para onde vão. Policiais despreparados abordando famílias nos seus momentos de lazer e já acostumando seus filhos à presença de armamento pesado frente a seus olhos para o “combate a violência”.
Às vezes quando escuto isso penso na “violência” como uma entidade sinistra que vive a espreita, a nos assombrar. E nos espera depois de cada esquina. Com seus planos maquiavélicos para destruir nossas vidas. Esquecemos que ela é prima irmã da incompetência. Essa sim, ardilosa e sempre pronta a roubar nossas vidas e destruir nossos sonhos. Todos hoje se lembram com nostalgia do seu tempo de criança quando não havia tanta “violência”. Mas não foi a violência que cresceu. Foram sim os interesses, a incompetência, a delinqüência política que nos trouxeram onde estamos hoje.
Mais do que reprovar a conduta lamentável dessas pessoas que se dizem hoje nossos representantes, é necessário lembrar seus nomes e fazer com que sejam esquecidos. Levados pelas areias do tempo até o vale do esquecimento.
Da mesma maneira que prendemos às portas das geladeiras os nomes de nossos estabelecimentos preferidos está na hora de colocar também os nomes daqueles a quem devemos conduzir ao esquecimento. Sim. Conduzir.
Eles não irão para lá sozinhos e farão todo o possível para lá jamais chegar. Mas podem ser levados pela mão, assim como nos trouxeram ao beco no qual nos encontramos.

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